sábado, 18 de maio de 2013

Louca


Se louca
Assim quero permanecer
Para que meus olhos
Sigam olhando o tempo
De maneira colorida
Para que eu fuja do ponto
Normalidade

Para a “auréola”
Permanecer na lama

Se estou verdadeiramente louca
Assim quero permanecer




quinta-feira, 16 de maio de 2013


O menino percorre
A estrada do tempo
Transeunte do destino
E não se sente enojado
Y perdido
Ao ver brotar
Seu primeiro cabelo branco

Para Guilherme Teixeira, meu sobrinho

Casa Vazia


Há um silêncio ensurdecedor
Quando não estás
Um silêncio aterrorizante
Será assim quando não estiveres?
Se não estás
Também não estou
E se queres estar
Aqui viverei – fora
Por que viverás em mim
Nos pensamentos.
O ar que habita a casa
Tem o cheiro da tua pele
E dos teus falares
Se assim queres
Eu também hei de querer
Para que tudo perdure
Nas folhas das bergamoteiras.


 Para Maria Nunes

Arenas do Tempo


As areias do tempo
Não serão suficientes
Para desaguar todo amor
Que sinto por ti.
É uma moldura de dolor y miedo
De passatempos e esferas estrelares
De alegrias y colores de por do sol
Y besos de bala de goma.
No hay prisa
Seguro que no hay!
Somos pétala da mesma flor
Y risa de pájaros em fuga.
No, certamente no hay.
Las arenas del tiempo
Sempre te trarão para
Porto do Mercado Público
Onde estarei
Com el mismo amor de azúcar.

Para Patrícia Nunes

sábado, 4 de maio de 2013

Uma e Vinte e Três



01:23 da manhã
E eu vivendo a
Angústia
De ser poeta!


Renascer: Outonal


Deveria ter nascido do teu útero
Queria ter nascido do teu amor
Nada posso te oferecer
A não ser essa cara sofrida
Nada tenho além deste corpo
Nu e corroído
Vamos para onde possamos encontrar
Os moinhos
Os azuis
Os lacres
As ferraduras
E as curáveis esperanças mortas
As longínquas terras
Com cheiro ardido de matagais
A clássica pureza dos outonais
Vamos ao término das estações
Medir palmo a palmo o medo
O vinho
A terra
E o deserto
Refazer-se sensível
No colo de la triste abuela
Renascer florido
De tantos amores.


A Dimensão dos Outonais


Não sei precisar
A dimensão dos outonais
Sol y sol arredio
Laguna y lagoa
Campos ou campestres
Não entendo
A dimensão dos outonais

Não Estou à Disposição


Há dias que
Não estou à disposição
De mim mesma
É um peso
Suportar minha cabeça.
Há dias cinzentos
Com fumaça percorrendo
As veias
Irradiando dores
E desigualdades sociais.
Há dias relativos
Onde de fato
Não estou à disposição
De mim mesma!

Fantasmas Coloniais


Fantasmas coloniais
Açoitaram o corpo da minha gente
Que me açoitam com daninhezas
Estapafúrdias
E leves insinuações
Que rompem a cabeça!
Que rompem os sonhos!
Há ainda os fantasmas coloniais
Mas esses estão presos
Nos antigos pelourinhos!
Pero los fantasmas presentes
Bailam
E ainda ferem 

Consúmeme

Entra o sol
Sonolento
Consúmeme
Consúmeme
Outono!