segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Era madrugada
quando cruzamos
a fronteira
fazia muy frio
tu apretavas
impaciente
aquele cigarro
destroçado
yo mirava
la ciudad
transformada numa
massa negra
uniforme
pronta
para
nos engolir
- de lejos se percebia que algo causava dolor -
pero
era 
impossível
de 
se 
ver
toda la 
gente
quanto mais
las distâncias
te apartava
feito bomba 
em temporal de Santa Rosa
más tus dedos 
se queimavam
e diante da estupefação
cristalina
daquele amanecer
rosado
juntamos nuestros
rincões
- no lado de cá -
daquela linha
roja
que poderia
ser 
de 
mi
pecho


o vento diz
daquilo que devo tomar conta

- creo que seja feito de tecido -
mas há uma porção
de ratos no meio do caminho
- vez que otra tomo canha
para esquecer que faz frio -
e durmo enrolada sobre
o que seria o meu "eu"
em total contorcionismo 
- há suor na noite e meus pés
pintam as paredes que ficam coladas à cama -
o sussurro das horas
agora transfiguradas num sistema
diz que é possível estancar
aquela criatura que joga xadrez 
- a foice do tempo derrubou o tabuleiro -
y no encarnado céu
- que não cai estrela -
gira a mandala 
cheia de cabeças de bois
- lejos é possível ouvir 
o uivo de um cão sem dono -
pero tambiém sinto flores y arrepios
- pedras no sapato do jugador que acabou de quebrar o joelho -
aqui
allá
más perto
muy perto
cercano
hace coro la voz
de una gente
que traja roupas de todos los colores
por que
é tempo
és tiempo
de briga!

domingo, 26 de junho de 2016

Se meu pássaro
volar
tão
longe

alto
feito pipa
encontre o tempo
mágico
da cidade de Oz
e tão alto
feito as pipas 
das gurias
lá da vila
ache por fim
a ilusão 
[semente de manzana del amor]
tal
vez
um coração
para uma 
mulher de lata
quiçá a coragem
para um ser 
de espantalha figura
ou
para aquele pequeno 
Jaguar 
que se acerca da ponte
en noche
de lua llena
capaz que aí
sin
poderia me dar de cara
com o pote de mel
no 
fim
do
arco-íris
* A partir do Filme Mágico de Oz
* E da música Drão de Gilberto Gil