domingo, 29 de julho de 2012

Poema para Marta Gularte


Com um sorriso vermelho
mirava as plumas de alfazema
que desfilavam por las calles
   assim fantasiada de brilhante
   envolta em lantejoulas da lua
Marta vai passando
levada pelo carnaval
    hasta que comece o toque
   hasta que vire pó
bamboleando uma gira em seu espetáculo
   até que lhe caia a última pena
   tingindo de luz e lavanda
as passarelas candomberas

29/07/2012 – Jaguarão – Poema para Marta Gularte

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Passeio com Ludovico


Sou alguém
que passeia com o cachorro
com quatro gatos à espera
um sapato semi-barulhento
mirando las estrelas




Pelotas (inverno) – 23/07/2012 – passeio com Ludovico

quarta-feira, 18 de julho de 2012


Estoy aqui entre trapos y manzanas

entre los hombres pré-históricos y sus hembras

con la hambre de mi cuerpo

la sonrisa murcha e calada

estoy como que muda, sensível

lejos de las esquinas

que me fazem transeunte noturna

 

 

 

 

Pelotas – 18/07/2012 – Inverno e pré-história

segunda-feira, 16 de julho de 2012

La Bandera


linda bandeira
dos tempos de juventude
encarnada bandeira
que carregávamos
embalava nossos sonhos revolucionários
nossas utopias
vermelha, colorada
jóia amarela em flor de sal
sal de esperança
que virou apenas
pó de estrela


para a bandeira do PT e minha irmã Patrícia Nunes – 16/07/2012

quinta-feira, 12 de julho de 2012


no plano dos sonhos
gostaria que ficasse 
apenas
no plano dos sonhos
assim dói menos
e assim meus dentes
não se desmancharão
feito areia movediça

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Vuelo da Mariposa


vuela, vuela mariposa
pousa sonolenta em mi cabeza
pousa dormente en el camino
vuela con su vuelo marino
vuela con su dulzura de niña
nos despierta con una canción
e un manso aire de carinho.
vuela hasta el cielo
donde te quedas linda
vuela con alas de plata
raiando una sonrisa
baila por toda la noche
baila por toda la vida
vuela, vuela mariposa
vuela, vuela en el camino
vuela manso, manso
con dulce aire de carinho.


Pelotas, inverno – 11/07/2012- para Marina Miranda bailarina jaguarense

segunda-feira, 9 de julho de 2012


não quero mais
ser conselheira amorosa
yo quiero el amor para aconselhar
quero meu cadeado na fonte
e recostar la cabeza en el cuello del
suspirar palabras
sus meias palavras
lavrar un poemita en la noche
deixar traçar no cuerpo
un sueño destorcido


para não ser mais conselheira- 10/07/2012




suspiros de jantos
las manos mágicas
de papel
encostam em mi cabeza
fazendo volar
volar hasta el coração
acorda!
acordes de um falcão
trespassam las rodillas
invadem los tornozelos
tornozelos de amadora
amadora armadura de muambeira surda

rodoviária de Jaguarão indo para Pelotas – 09/07/2012

domingo, 8 de julho de 2012

Grappamiel




pés doces
doces de grappamiel
la grappamiel em cacos
en la calle Constituyente.



madrugada em Montevideo. 08/07/12

De soslaio, apenas de soslaio
mirei tu boca no frio
de soslaio, relativamente de soslaio
mirei teus olhos de bolita
olhos que reviravam
olhos que davam na vista
não mais de soslaio
e apenas de soslaio
mirei tu cara
no sol gelado do meio dia
e de frente ao chão
inundado
juntastes as mãos
em laços de fita




 
Manhã fria em Montevideo

sexta-feira, 6 de julho de 2012


El general
de la independência
encarcerado
Shakespeare mirava
Macbeth!
lady Macbeth
assim lo vi
sentadito aos pés de Artigas.



Ao meio dia avistei Shakespeare na Plaza de la Independência de Montevideo – 06/07/2012, Inverno

Hoje não
hoje não teve poesia
capaz que não
hoje foi carne, osso e alegria
mañana será feijão e ovo frito
por que hoje sim
hoje não teve poesia.


Dia 6/7/2012 – Montevideo, inverno

terça-feira, 3 de julho de 2012

O frio de Tomarctus


com frio até os ossos
ossos de tomarctus, o cão
mantenho os passos adelante e atrás
de una angustiante e tortuosa
utopia





 02-07-12 – Montevidéu em noite fria até os ossos, depois da aula da maestría