sábado, 4 de abril de 2015

Quase 18:00
O Nestor prepara seus multi coloridos 
algodões
doces
uma menina chora
[diz que quer ficar]
eu também quero ficar
hay un perro negro na praça
caminha de cá pra lá
os saquinhos de pipoca já estão dispostos no carrinho
y un poquito para as pombas está no chão
o sol deita um amarelo intenso
e banha toda a ciudad
en verdad
tengo celos
o sol baixa mais um pouco
quando o ônibus dobra
na Júlio de Castilhos
estoy
no estoy
entra na BR 116
vejo de lejos a casa de mia abuela
[amarillo y laranja]
logo fica cinza
e chove antes de chegar no Arroio Grande
yo también tengo chuvas
passa Matarazzo
Pedro Osório
a Ponte
e já no hay como volver
desembarco na Duque
e no meu bolso encontro
um algodão
doce
e
um
saquinho de pipoca
Série Poemas Rurais - JV15
O Sr. Neri
não sabe
o quanto lloram
suas vacas
[desde temprano]
era sempre él
ali
naquelas pequenas árvores
perto da capela
o Sr. Neri
tal
vez
nunca más
irá saber
que ellas estão llorando
o Sr. Neri
caído
[entre as vacas]
num fim de tarde
[verano]
e ninguém acreditava
nenhuma acreditava
pero
ahora
sobrevoa su pequeno
rebanho.
Da Série Poemas Carnavalescos - RBA - Verão 15
Quis sair na comparsa
para te ditar
amor
mar
e esse vazio que carrego
enquanto há luz
escrevo
y
canto
te quiero
y
no
los tamboriles
tocam por las calles de Rio Branco
pero vos
no
estás
en essas cordas
[somente a imagem da tua sapatilha]
pa pa pa
pa pá
sigue el baile
y
yo atrás
sigue el baile
y
yo también
o locutor informou
se encerra o carnaval de Arredondo
tomo una cerveja
cruzo a ponte
y
mi sueño
queda na ponta
dos dedos
de los pies.
As árvores das
taquaras
dançam sobre si mesmas
y me levam junto
há um arrepio
constante
em mi piel
é a chuva
cortando minhas veias
e carregando tudo para o mar
o chá de equinácea
também arrepia
desde as costas até o dedo do pé
y vem a contemplação
o sol está re lindo hoje
daqueles que some e aparece
não é bem ele que some e aparece
mas
as
nuvens que passeiam nele
daqui uns dias
encontrarei no cosmos do Prata
aquele cielo
en delírio
sul americano.