quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Humano



Quando chove
é como se meus brotos
cabeça
cabelos
braços
pernas
coração
surgissem novamente
não renascendo
nascendo apenas
como coisa nova
revigorada e
com mais de vida
planta selvagem e daninha.
Na chuva transformo-me
em eu momentâneo
fugidio e vazio
nasço sem dores
sem a casca de Kafka
nascimento de plantas-corpo
natureza sangrando
sem o medo da morte
se chove sou viva e otimista
luz
treva
mistura
calma.
Se chovo é por que nasço
por que água viva
pulsa nas veias febris
da louca poeta.
E grito!
Desorientadamente grito!
Por ser apenas
um pó humano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário