sábado, 4 de maio de 2013

Renascer: Outonal


Deveria ter nascido do teu útero
Queria ter nascido do teu amor
Nada posso te oferecer
A não ser essa cara sofrida
Nada tenho além deste corpo
Nu e corroído
Vamos para onde possamos encontrar
Os moinhos
Os azuis
Os lacres
As ferraduras
E as curáveis esperanças mortas
As longínquas terras
Com cheiro ardido de matagais
A clássica pureza dos outonais
Vamos ao término das estações
Medir palmo a palmo o medo
O vinho
A terra
E o deserto
Refazer-se sensível
No colo de la triste abuela
Renascer florido
De tantos amores.


Nenhum comentário:

Postar um comentário