segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Uma Carta para General Flores



Por mais que tente

Não poderei explicar-te os versos.

Assim

Não poderei borrar tua imagem.

É a retomada do amor

No balcão das utopias

É uma retomada dolorosa

Diante das utopias.

Hay algo que te torna inacessível

Há o meu silêncio

O sombrio

A lágrima

A cicatriz

Hay algo que me torna distante

Perigosa

Incapaz

Y sensível

Pero

Há algo que te torna

Vazio

Repentino

Presente

Soy sóla

Y és sozinho.

Há doçura

Seguro que hay dulzura

Reflexos luminosos

Que dispersaram o tempo

A paz

A vitória

Y nuestras risas montevideanas.

Tengo ganas de trégua

De poder entregar-te a camélia

Mas há recortes brutos y perros rondando

Noite

Dia.

Na mesa da campanha

No café, o futuro, a paisagem

Os dias brilhosos da Colônia

Y teu cabelo de moça.

Não!

Não!

Ainda permaneço muda

Imóvel

E a ampulheta percorreu teu corpo

Mas eu imóvel

Calada

Tadzio apreensivo

Tadzio!

Tadzio!

Uma vez mais te miro

Minha mão na face branca:

Não mais utopias

Só o corpo verde de inúmeros tempos.




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