Se posso
ouvir
o som do Beija-flor
é porque
ainda há muito por viver
ouvir
esquecer
cheirar
esse ar gelado da
fronteira
- as noites são grandes –
Diz minha avó
y há um mundo por aí
sem cobras parrilheiras
esperando sentado
na beira do que não há
- por que caminha
madrugando espaços –
memórias de um tempo
que fazia barro na porta
de casa
e meu pai ia para o
trabalho de bicicleta.
Canto
canta-se
onde há mato y rosas
palminha para o estômago
e chá de anis para as
noites de frio.
Y como faz frio, daqueles
de cusco se tapar!
Na verdade o cusco daqui
de fora desapareceu
- bem no dia em que tinha
ido ao barbeiro –
disse a
vó.
As vacas já se aproximam
da porteira
é certa a hora de que se
põem o sol
do cheiro em que se põem
o sol
sinto um comichão no coração
e me aperto contra
horizonte
no puedo respirar
hay uma sensação de
eternidade no jardim
despeço-me dando gracias
enquanto ouço o som das
vacas
desejando boa noite.
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