terça-feira, 3 de junho de 2014

Vacas na posta del sol

Se posso
ouvir
o som do Beija-flor
é porque
ainda há muito por viver
ouvir
esquecer
cheirar
esse ar gelado da fronteira
- as noites são grandes –
Diz minha avó
y há um mundo por aí
sem cobras parrilheiras
esperando sentado
na beira do que não há
- por que caminha madrugando espaços –
memórias de um tempo
que fazia barro na porta de casa
e meu pai ia para o trabalho de bicicleta.
Canto
canta-se
onde há mato y rosas
palminha para o estômago
e chá de anis para as noites de frio.
Y como faz frio, daqueles de cusco se tapar!
Na verdade o cusco daqui de fora desapareceu
- bem no dia em que tinha ido ao barbeiro –
                                      disse a vó.
As vacas já se aproximam da porteira
é certa a hora de que se põem o sol
do cheiro em que se põem o sol
                 sinto um comichão no coração
e me aperto contra horizonte
       no puedo respirar
hay uma sensação de eternidade no jardim
   despeço-me dando gracias
enquanto ouço o som das vacas
             desejando boa noite.   

  

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