quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Poema da Rua


Novamente a primavera
com suas azaléias floridas!
Daqui alguns dias teremos sorvetes de hortências
e Maurício Babilônia sofrerá um atentado colorindo
o céu de amarelo com as borboletas que escorrerão
por entre suas pernas.
Nada mais ingênuo e melancólico e solitário do que aquele
papel de margarida e flor de laranjeira que tinge de roxo
a pele do tempo catastrófico.
E tão feliz é aquela abelha que chora diante da flor assassinada.
A dama da noite violenta a onze hora por se achar flor de lótus perfumada
 e a flor de lótus, sem perfume, ainda espera por sua butterfly morta.
O jovem poeta sente o cheiro de uma calle nova
e seu espírito transborda por ruas bêbadas.
Sente no corpo
o sol cinza daquela terra
onde viu pela primeira vez nascer a flor do desassossego. 

13 de Setembro de 2010 - Mercado del Puerto - Montevideo - Uruguay

Nenhum comentário:

Postar um comentário