domingo, 31 de julho de 2011

Um poema e um Río

Mais alguns dias e estarei a salvo.
A tormenta que ronda as barragens, formando redemoinhos, parece que irá estancar o sangue do meu coração, quente e dormente.
Sinto as formigas do meu corpo caminharem para a cabeça e as mãos automaticamente ficarão úmidas.
Lembrarei daquela menina sem dentes que me sorria um sorriso choroso, como é o meu, mas seguirei em frente como se o nada e o vazio pudessem trazer algo de inquietante e dolorido, de contra gosto e de paz.
O que desejo mesmo é não desejar tanto! O que sinto é tanto e não é sentir tanto quanto gostaria de que fosse verdade.
Naquele dia em que o céu avermelhará, e a terra verde transbordará, meus pés se enterrarão numa lama de calçadas perdidas.
E o vento sul guiado por estrelas me levará para el Río de la Plata.

Nenhum comentário:

Postar um comentário