domingo, 6 de novembro de 2011

Na Rua do Amor


De tanto sentimentar, sentimentando
Pensei que não estivera em sonho caminhando, e caminhando sem pés
no ardor dos corsos de inverno, levado ladeira abaixo pela Rua do Amor.
E o singelo chorar das carpideiras que saíam da Matriz
 atrás de defunto desconhecido
 fazia ressoar o calor dos corpos amantes que se beijavam na Rua do Amor.
E ao desabado assim, abruptamente, do patrimônio
sentiam-se extasiados de ruínas e sangue
ao chegar de sono constante, acariciando as mãos, na Rua do Amor.
E de quando, em quando, o sol tocava o telhado vazio
roçavam-se o nariz contra o outro, cheios de sensualidade e pele
e a Rua do Amor se enchia de transeuntes curiosos
invejosos que estavam
ao ver o seio da moça que vestia cor-de-rosa.
E no estrondo definitivo da nova ruína que se fazia
Naquela cidade de amores ladrados às escondidas
A moça rosava, ao ser supostamente calada
pela mão embriagada daquele que a carregava
pela Rua do Amor.

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