Sentei
na porta da antiga estação de trem
- Jaguarão e seus trens –
tem
uma casa ao lado
que
vende lenha
e
uma família tira seu sustento disso.
Andei
por Jaguarão feito turista
ou
soy daqui andando por aqui?
Uma estrangeira.
Ao
atravessar a ponte fiz meu irmão parar
no
marco que divide Brasil e Uruguay
contei
o trecho do conto Braulina
as tias perigosas
eu
do lado de cá
Patrick
do lado de lá
e
citei a frase de Schlee: “que engraçado, nós tão perto e ao mesmo tempo tão
distantes”
mostrei
o sinal vermelho que indica a tal divisão
-
hoje tem uma placa do 60º aniversário da ponte –
Tinha
um mundo de gente
miles
de sacolas plásticas
as
moedas do Tio Patinhas e aquelas pernas duplicadas
triplicadas
o
sufocante capitalismo que abomino.
Estranhei
ver Rio Branco
sentia-se
o cheiro dos perfumes
-
a cidade mergulhada naquela atmosfera –
penso
que a amo tanto
penso naquele tempo em que havia sonhos
passo
atrás
passo
adelante
pensei
em Pablo
-
o poeta montevideano –
se
encantaria de estar por aqui.
Agora
desfrutamos de um pancho, fritas y una patrícia
Patrick
diz: que lindo seria ter aqui a Paty e o Edy
E
nos brotaram lágrimas.
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